Descarte de painéis solares: entenda como funciona

Painéis solares podem ser reciclados em mais de 90% após o fim de sua vida útil

Os benefícios ambientais da energia solar são amplamente reconhecidos por todos os especialistas em meio ambiente. No entanto, existe uma questão que ainda levanta debates e gera dúvidas: o descarte dos painéis solares.

A questão ambiental dos módulos fotovoltaicos é que, em um futuro próximo, milhares de toneladas de painéis solares perderão a vida útil no Brasil e no mundo. Esses painéis possuem quantidades pequenas de metais pesados, que se descartados incorretamente,  podem contaminar o solo e a água.

Por isso, muita gente se questiona se a energia solar é, de fato, uma solução viável ambientalmente.

Para contribuirmos ao debate, elaboramos esse material com um panorama sobre o descarte e a reciclagem dos módulos fotovoltaicos. Continue a leitura e entenda como funciona o processo e as perspectivas para o futuro.

A vida útil dos painéis solares

O descarte dos painéis solares é uma questão que a sociedade brasileira está se preparando para lidar em um futuro próximo. Afinal, a vida útil dos painéis solares dura entre 25 e 30 anos, e não houve ainda tempo suficiente para esses materiais começarem a ser descartados em larga escala, visto que a tecnologia só começou a ser adotada no país no início da década de 2010.

Com o crescimento do setor, no entanto, em poucas décadas o número de painéis solares que precisarão ser descartados ou reciclados será bastante alto. 

Segundo estimativa realizada em 2016 pela IRENA (Agência Internacional para as Energias Renováveis), cerca de 550 mil toneladas de painéis solares devem ser descartadas no Brasil até 2050. No mundo inteiro, o acúmulo de todos os equipamentos fotovoltaicos será de cerca de 78 milhões de toneladas.

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O descarte dos painéis solares é viável ambientalmente?

No decorrer deste século, o desuso dos painéis solares será uma questão ambiental frequente em todo mundo. Com tanto descarte, a energia solar continua sendo ecologicamente correta?

A resposta é: sim, painéis solares são ecologicamente sustentáveis pelo fato de serem altamente recicláveis. Atualmente, é possível aproveitar mais de 90% de todos os componentes dos módulos fotovoltaicos, o que os tornam tão recicláveis quanto uma latinha de alumínio.

Isso porque a maior parte dos materiais que compõem as placas solares são recicláveis, como o vidro, plástico, cobre, alumínio e silício. Metais nobres, como ouro e prata, também estão presentes em pequenas quantidades em alguns módulos fotovoltaicos e podem ser reaproveitados.

Em relação aos metais pesados, as placas solares podem contar com uma concentração muito pequena de chumbo, da mesma forma que ocorre em equipamentos eletrônicos em geral, como celulares e computadores.

Dessa forma, o descarte dos painéis solares seguem a mesma lógica do descarte de aparelhos eletrônicos: e realizados da maneira correta, não causam danos ambientais significativos.

Como o mercado ainda é novo no país, o descarte e reciclagem dos painéis solares no Brasil ocorre em uma escala muito pequena. Basicamente, os módulos são descartados por acidentes na logística de entrega, problemas na instalação ou substituição de placas antigas por outras mais eficientes.

Atualmente, existe uma empresa de reciclagem de painéis solares no Brasil, a SunR, com representação nos 27 estados brasileiros. Segunda a empresa 92% dos materiais dos módulos fotovoltaicos são reaproveitados.

Aliado ao fato da energia solar sem 100% renovável, inesgotável, não emitir nenhum material poluente e ter a pegada de carbono mais baixa entre todas as energias renováveis, a geração fotovoltaica é, sim, a fonte de energia mais ambientalmente responsável que existe.

O que diz a Lei sobre o descarte dos painéis solares?

No Brasil, a destinação correta de resíduos eletrônicos, incluindo placas solares, está estabelecida pela Lei Nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e pelo Decreto nº 10.240/2020, que normatiza a implementação do sistema de logística reversa obrigatória de produtos eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes.

Conforme o art. 33 da Lei 12.305, os fornecedores desses produtos “são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos”.

Dessa forma, as empresas que fornecem sistemas de geração solar aos consumidores são obrigadas a fazer o descarte ambientalmente adequados dos módulos fotovoltaicos, de preferência, através da reciclagem. 

Perspectivas para o futuro

Com o passar dos anos, são esperadas que novas empresas surjam para fazer a reciclagem dos módulos fotovoltaicos. Como ainda há pouco material a ser reciclado, essa ação não é muito viável economicamente, mas o quadro será diferente daqui a 1 ou 2 décadas

Além da reciclagem, há outras alternativas possíveis aos painéis que atinjam a vida útil. Uma delas é reconfigurar as placas solares antigas para que elas voltem a ter mais eficiência, ou reaproveitá-las além dos 30 anos, mesmo com a eficiência comprometida.

É provável, ainda, que o avanço tecnológico faça as placas solares durarem por mais tempo, diminuindo o impacto ambiental do descarte.

Em relação à legislação, o Decreto nº 10.240/2020 é considerado um avanço, mas  contempla apenas os consumidores individuais. Especialistas em meio ambiente defendem que haja uma Lei sobre a logística reversa da Geração Centralizada (grandes usinas solares), responsável por 30% da potência instalada de energia solar do país.

Incentivos estatais para a logística reversa também seria uma saída para o melhor reaproveitamento dos equipamentos de geração solar que atingem a vida útil.

A Kinsol Energias renováveis se preocupa com o meio ambiente e sabe da relevância que a energia solar possui para a preservação ambiental. 

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